Índice Global de Inovação 2023: Suíça, Suécia e Estados Unidos lideram a classificação mundial de inovação; inovação mantém-se robusta, mas financiamento para startups é cada vez mais incerto
Genebra,
27 de Setembro de 2023
PR/2023/908
Suíça, Suécia, Estados Unidos, Reino Unido e Singapura são as economias mais inovadoras do mundo em 2023, segundo o Índice Global de Inovação Global (IGI) da OMPI, enquanto um grupo de economias de renda média se destaca por galgar o maior número de posições na última década.
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O IGI de 2023 utiliza 80 indicadores para monitorar as tendências mundiais no campo da inovação em mais de 130 economias, orientando formuladores de políticas e líderes empresariais na promoção do estímulo à engenhosidade humana. Este ano, os resultados do relatório são divulgados em um cenário marcado pela lenta recuperação econômica pós-pandemia, pela elevação das taxas de juro e por conflitos geopolíticos.
A edição de 2023 revela perspectivas cada vez mais incertas para os investimentos de capital de risco, responsáveis por ajudar a transformar a criatividade humana em novos produtos e serviços. Segundo o IGI, o valor global desses investimentos sofreu uma queda vertiginosa no ano passado.
Na classificação anual, a China – a única economia de renda média no grupo das 30 primeiras do IGI – ocupa a 12ª posição, seguida do Japão, em 13º lugar. Israel (14ª colocação) avança duas posições e retorna ao grupo das 15 economias mais inovadoras, enquanto Finlândia (6ª), Dinamarca (9ª), Suécia (2ª) e as economias bálticas (Estônia, 16ª, Lituânia, 34ª, e Letônia, 37ª) mostram trajetória ascendente.
A Indonésia (61ª) ingressa no grupo das economias de renda média que registraram a evolução mais rápida no IGI nos últimos 10 anos, junto com China, Türkiye (39ª), Índia (40ª), Vietnã (46ª), Filipinas (56ª) e República Islâmica do Irã (62ª). Nos últimos quatro anos, e desde o início da pandemia, Maurício (57ª), Indonésia, Arábia Saudita, Brasil e Paquistão foram as economias que mais melhoraram seu desempenho no IGI (por ordem de progressão na classificação).
No total, 21 economias obtêm resultados em inovação acima das expectativas para o seu nível de desenvolvimento, a maioria das quais pertencente às regiões da África Subsaariana e do Sudeste Asiático, Ásia Oriental e Oceania. Índia, República da Moldávia e Vietnã demonstram desempenho superior ao esperado há 13 anos consecutivos, ao passo que Indonésia, Uzbequistão e Paquistão mantêm-se nesse grupo de países pelo segundo ano seguido e, no caso do Brasil, pelo terceiro ano consecutivo.
Um grupo de economias emergentes vêm melhorando sistematicamente seu desempenho no IGI, o que evidencia como o foco no ecossistema de inovação pode fazer a diferença. O IGI de 2023 reforça que, apesar da desaceleração do financiamento de capital de risco em âmbito mundial, a capacidade inovadora segue crescendo em ritmo pujante, embora esse crescimento tenda a ser cada vez mais qualitativo e menos quantitativo.
O IGI continua a ser uma rica e confiável fonte de dados e informações para formuladores de políticas públicas em todo o mundo, auxiliando-nos na elaboração de políticas favoráveis à inovação no intuito de explorar todo o potencial inovador de suas populações.
Daren Tang, diretor-geral da OMPI
Uma seção especial do IGI mostra que os cinco maiores clusters de ciência e tecnologia (C&T) do mundo agora se localizam na Ásia Oriental. A China desponta como o país com o maior número de clusters, com o de Tóquio-Yokohama liderando como o maior polo científico e tecnológico.
Resultados mais relevantes do IGI:
- Os indicadores de publicações científicas, pesquisa e desenvolvimento (P&D), operações de capital de risco (mas não seu valor) e patentes seguiram em trajetória de alta e renovaram sua máxima histórica. As taxas de crescimento, porém, não foram tão excepcionais quanto as observadas em 2021.
- Em 2022, as empresas com os maiores orçamentos de P&D gastaram US$ 1,1 trilhão – o maior valor registrado até hoje. Em termos nominais, essa cifra representa um aumento de 7,4% em 2022, abaixo dos 15% verificados em 2021.
- Refletindo a recente ascensão da inteligência artificial, o setor de equipamentos de TIC obteve o crescimento mais significativo nas atividades de P&D em 2022, graças principalmente aos fabricantes de placas de vídeo e chips. Outros setores que reduziram os gastos em P&D durante a pandemia, como os de automóveis e viagens e lazer, voltaram a investir com força em 2022.
- Dados preliminares apontam para um crescimento real nos orçamentos públicos de P&D em 2022, com aumentos significativos no Japão e na República da Coreia e uma alta menos expressiva no caso da Alemanha, compensando os cortes feitos por outros países.
- Diante de um cenário de maior aversão ao financiamento de risco, o valor total dos investimentos de capital de risco teve uma queda anual acentuada de quase 40% em 2022, ainda que a base de comparação de 2021 tenha sido excepcionalmente alta. A África foi a única região em que não houve redução nos investimentos de capital de risco em 2022.
- Para 2023 e 2024, as perspectivas para o capital de risco são incertas, uma vez que as elevações das taxas de juros tendem a continuar afetando o financiamento da inovação.
- Os indicadores nas áreas de tecnologia da informação, saúde e energia continuam a evoluir – as ondas de inovação da era digital e da ciência profunda descritas no IGI de 2022 vêm rapidamente se materializando.
- A adoção de tecnologias tem mostrado uma evolução geral positiva, embora algumas tecnologias, como a de veículos elétricos e radioterapia para câncer, ainda tenham baixa penetração.
Classificações globais
- Suíça (1ª posição em 2022)
- Suécia (3)
- Estados Unidos da América (2)
- Reino Unido (4)
- Singapura (7)
- Finlândia (9)
- Países Baixos (5)
- Alemanha (8)
- Dinamarca (10)
- República da Coreia (6)
- França (12)
- China (11)
- Japão (13)
- Israel (16)
- Canadá (15)
- Estônia (18)
- Hong Kong (China) (14)
- Áustria (17)
- Noruega (22)
- Islândia (20)
Mensagem dos coeditores do IGI sobre a inovação
Os líderes mundiais em inovação em 2023 – Análise regional
América do Norte
Os Estados Unidos (3ª posição) obtêm a maior pontuação mundial em 13 dos 80 indicadores de inovação do IGI 2023. O país é o número um do mundo em vários indicadores críticos, como investidores empresariais globais em P&D, capital de risco recebido, qualidade das universidades, valor combinado dos unicórnios e intensidade de ativos intangíveis corporativos.
O Canadá (15ª) solidifica sua posição entre as 15 economias mundiais mais inovadoras, liderando em indicadores como beneficiários de capital de risco (1ª posição), impacto das publicações científicas (Índice H, 4ª) e gastos com software (5ª).
Europa
A Europa concentra o maior número de líderes em inovação entre as 25 economias mais bem classificadas – são 16 ao todo, um a mais do que em 2022. Das 39 economias europeias incluídas, 19 avançam na classificação deste ano (sete a mais do que no ano anterior), sendo elas Suécia (2ª), Finlândia (6ª), Dinamarca (9ª), França (11ª), Estônia (16ª), Noruega (19ª), Irlanda (22ª), Bélgica (23ª), Itália (26ª), Portugal (30ª), Lituânia (34ª), Letônia (37ª), Grécia (42ª), Eslováquia (45ª), Romênia (47ª), Sérvia (53ª), Macedônia do Norte (54ª), Ucrânia (55ª) e Albânia (83ª).
Entre as economias que melhoraram seu desempenho, a França destaca-se em ativos intangíveis (3ª posição), marcas globais (4ª), desenhos industriais (8ª) e investidores empresariais globais em P&D (9ª). A Bélgica mostra resultados positivos em gastos com P&D (6ª), pesquisadores (8ª) e colaboração em P&D entre universidades e empresas (9ª).
A Sérvia se aproxima das 50 primeiras após registrar desempenhos robustos em fluxos de investimentos estrangeiros diretos (IED) (11ª) e crescimento da produtividade do trabalho (14ª).
Sudeste Asiático, Ásia Oriental e Oceania
Seis economias do Sudeste Asiático, Ásia Oriental e Oceania são líderes mundiais em inovação, a saber: Singapura (5ª), República da Coreia (10ª), China (12ª), Japão (13ª), Hong Kong (China) (17ª) e Austrália (24ª).
Oito economias da região sobem na classificação este ano, com destaque principalmente para a Indonésia, que passou da 75ª colocação no ano anterior para a 61ª em 2023. O país chama a atenção pelo desempenho em indicadores relacionados às tecnologias da informação e comunicação e integra o rol das 10 primeiras economias do mundo em colaboração em P&D entre universidades e empresas (5ª), estado do desenvolvimento de clusters (5ª), políticas e cultura de empreendedorismo (5ª) e financiamento para startups e scaleups (8ª). A Indonésia registra avanços significativos em produtos de inovação, sobretudo nos subpilares de criação de conhecimento e criatividade online.
Mongólia (68ª), Brunei Darussalam (87ª) e República Democrática Popular do Laos (110ª) também melhoram a sua classificação.
Ásia Central e Meridional
Na Ásia Central e Meridional, a Índia (40ª posição) é a economia mais inovadora da região. A República Islâmica do Irã (62ª), o Cazaquistão (81ª, e figurando pela primeira vez entre as três primeiras da região) e o Uzbequistão (82ª) aproximam-se do grupo das 80 primeiras.
A Índia, que se firma na 40ª posição geral e assume a liderança no grupo de renda média baixa, mostra um desempenho em inovação acima do esperado pelo 13º ano consecutivo, constituindo novo recorde. O país obtém pontuações elevadas em indicadores importantes, como os de exportações de serviços de TIC (5ª posição), capital de risco recebido (6ª), formados em ciências e engenharia (11ª) e investidores empresariais globais em P&D (13ª).
A República Islâmica do Irã se consolida como a segunda economia mais inovadora da região. Além de registrar o melhor desempenho mundial em marcas (1ª posição), o país apresenta um resultado positivo em ativos intangíveis (13ª) e integra o grupo das 15 economias mais bem avaliadas em formados em ciências e engenharia (3ª), capitalização de mercado (5ª) e desenhos industriais (11ª).
O Cazaquistão aparece pela primeira entre as três primeiras da região e é a única outra economia além do Nepal (108ª) a avançar na classificação regional. Pelo segundo ano consecutivo, o Paquistão e o Uzbequistão apresentam um desempenho em inovação acima do esperado em relação ao seu nível de desenvolvimento. O Paquistão também se situa entre os países que mostraram a ascensão mais significativa no IGI nos últimos quatro anos.
Norte da África e Ásia Ocidental
Israel (14ª), Chipre (28ª), Emirados Árabes Unidos (32ª) e Türkiye são os líderes dessa região na classificação de inovação.
Israel ganha duas posições, registrando a maior pontuação mundial em nove indicadores de inovação, entre os quais os de gastos com P&D, colaboração em P&D entre universidades e empresas, pedidos de patentes via Tratado de Cooperação em matéria de Patentes (PCT) e exportações de serviços de TIC.
Os Emirados Árabes Unidos se estabilizam perto do grupo das 30 economias mais inovadoras e figuram entre as cinco primeiras nos indicadores de políticas e cultura de empreendedorismo, políticas favoráveis aos negócios, número de pesquisadores em empresas e atividades de P&D financiadas pelo setor privado. A Türkiye consolida sua posição no grupo de economias de renda média entre as 65 primeiras e registra o avanço mais rápido no IGI na última década. O país é um dos cinco mais bem avaliados em diversificação da indústria, destacando-se particularmente em ativos intangíveis, desenhos industriais e registro de marcas.
A Arábia Saudita (48ª) e o Catar (50ª) se juntam à lista das 50 economias mais inovadoras. A Arábia Saudita obtém bons resultados em acesso a TIC (7ª), uso de TIC (10ª) e políticas favoráveis aos negócios (16ª), além do desempenho notável em investidores corporativos globais em P&D (16ª) e valor de marcas globais (18ª).
As economias de Bahrein (67ª), Omã (69ª), Jordânia (71ª) e Egito (86ª) também melhoram significativamente a sua classificação no IGI. Bahrein e Omã entram no rol das 70 primeiras, com Omã se posicionando entre as 10 economias mais bem classificadas em formados em ciências e engenharia (2ª) e financiamento público por aluno (9ª).
Geórgia (65ª) e Armênia (72ª) também registram avanços notáveis.
América Latina e Caribe
Na América Latina e Caribe, o Brasil ingressa no grupo das 50 economias mais bem classificadas em 2023. Após uma ascensão contínua nos últimos anos, o país ultrapassa pela primeira vez o Chile (52ª) e garante o posto de economia mais inovadora da região. O México (58ª) aparece em seguida, ocupando a terceira posição regional.
O Brasil galga cinco posições este ano e se consolida no grupo de economias que mais melhoraram o seu desempenho no IGI nos últimos quatro anos. O país apresenta pontuações elevadas em indicadores como serviços governamentais online (14ª posição) e participação eletrônica (11ª), situando-se entre as 15 economias mais avaliadas em ambos. Além disso, destaca-se pelo valor de seus 16 unicórnios (22ª), representando 1,9% do PIB nacional em 2023, e por seus ativos intangíveis (31ª), obtendo bons resultados mundiais por suas marcas registradas (13ª) e pelo valor global de suas marcas (39ª).
A Jamaica (78ª) também registra um desempenho superior ao esperado para o seu nível de desenvolvimento.
Além do Brasil, os únicos outros países da região que melhoraram sua classificação este ano foram o Uruguai (63ª) e El Salvador (95ª). O Uruguai integra o grupo das 10 primeiras economias em políticas favoráveis aos negócios (4ª), importações (5ª) e exportações (7ª) de serviços de TIC e estabilidade operacional para empresas (10ª). El Salvador, por sua vez, se destaca pela boa colocação em empresas que oferecem treinamento formal (15ª) e marcas (20ª).
África Subsaariana
Na África Subsaariana, o líder regional é Maurício (57ª), seguido da África do Sul (59ª) – que dá um grande salto este ano ao se juntar ao grupo das 60 primeiras –, Botsuana (85ª), Cabo Verde (91ª) e Senegal (93ª). Nove economias da região melhoram sua classificação no IGI. África do Sul, Senegal, Ruanda (103ª e líder do grupo de baixa renda), Nigéria (109ª), Togo (114ª) e Mauritânia (127ª) figuram entre as economias que registraram avanços notáveis.
Maurício é líder mundial em valor de capital de risco relativo investido (em 1º lugar) e garante uma posição entre as cinco primeiras em capital de risco recebido (5ª). A África do Sul é a economia mais bem classificada da região em produtos de conhecimento e tecnologia, graças às boas pontuações em gastos com software (28ª), patentes por origem (34ª) e pedidos de patentes via PCT (40ª) e ao valor de seus unicórnios (37ª). Botsuana é líder em sofisticação empresarial e mostra um desempenho sólido em empréstimos concedidos por instituições de microfinanças (12ª).
Senegal assume a liderança no indicador de valor dos unicórnios e apresenta resultados positivos em formação bruta de capital (8ª), empréstimos concedidos por instituições de microfinanças (10ª), fluxos de IED (13ª) e capital de risco recebido (19ª).
Ruanda, Madagascar (107ª), África do Sul, Senegal e Burundi (130ª) sobressaem-se por demonstrar um desempenho em inovação acima do esperado em relação ao seu nível de desenvolvimento econômico, com Ruanda integrando esse grupo há 11 anos.
O Índice Global de Inovação
O Índice Global de Inovação 2023 (IGI), este ano em sua 16ª edição, é publicado pela OMPI em parceria com o Instituto Portulans, que conta com o apoio de seus parceiros da rede acadêmica e corporativa. O Conselho Consultivo do IGI oferece orientações importantes.
Desde sua criação, em 2007, o IGI tornou-se uma referência na avaliação da inovação e um pilar na formulação de políticas econômicas, levando um número cada vez maior de governos a realizar análises sistemáticas de seus resultados anuais em matéria de inovação e elaborar políticas voltadas para melhorar seu desempenho no Índice.
Publicado anualmente, o IGI oferece parâmetros de avaliação e classifica mais de 130 economias em relação a seus ecossistemas de inovação. O Índice é elaborado a partir de uma ampla e diversificada base de dados – reunindo 80 indicadores coletados junto a fontes públicas e privadas –, expandindo o horizonte das métricas tradicionais de inovação para refletir a ampliação da própria definição de inovação.
O IGI 2023 é calculado a partir da média de dois subíndices. O subíndice Insumos de inovação avalia os elementos da economia que viabilizam e facilitam o desenvolvimento de atividades inovadoras, agrupados em cinco pilares: (1) Instituições; (2) Capital humano e pesquisa; (3) Infraestrutura; (4) Sofisticação do mercado; e (5) Sofisticação empresarial (ver Estrutura). O subíndice Produtos de inovação capta o resultado efetivo das atividades inovadoras no interior da economia e se divide em dois pilares: (6) Produtos de conhecimento e tecnologia e (7) Produtos criativos.
Para cada país, é disponibilizado um resumo que registra o desempenho de sua economia em todos os indicadores. Os resumos – agora também disponíveis de forma interativa online – destacam as virtudes e fragilidades relativas do país em matéria de inovação.
O Índice é objeto de uma auditoria estatística independente, realizada pelo Centro de Competência em Indicadores e Marcadores Compósitos (COIN) do Centro Comum de Investigação da Comissão Europeia.
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