Genebra,
26 de Setembro de 2024
PR/2024/925
Suíça, Suécia, Estados Unidos, Singapura e Reino Unido são as economias mais inovadoras do mundo, enquanto China, Türkiye, Índia, Vietnã e Filipinas1 são as que mais galgaram posições nos últimos dez anos, segundo o Índice Global de Inovação (IGI) 2024 da OMPI, que mostra uma desaceleração na atividade de capital de risco, no financiamento de P&D e em outros indicadores de investimento.
Atualmente em sua 17ª edição, o IGI é o instrumento mundial de referência para o mapeamento das tendências mundiais no campo da inovação, ajudando formuladores de políticas, lideranças empresariais e outros atores a desbloquear todo o potencial da engenhosidade humana para melhorar vidas e fazer frente aos nossos desafios comuns, como as mudanças climáticas. Este ano, o IGI também examina o “empreendedorismo social”, que alia práticas dos setores público e privado para promover mudanças sociais positivas.
A edição de 2024 identifica um arrefecimento significativo nos principais indicadores de atividade inovativa futura, incluindo a reversão do expressivo movimento de alta nos investimentos em inovação observado entre 2020 e 2022. Em um cenário de elevadas taxas de juros, o financiamento de capital de risco encolheu quase 40% em 2023 e os gastos com pesquisa e desenvolvimento (P&D) reduziram o ritmo de crescimento, enquanto os depósitos internacionais de patentes e as publicações científicas registraram queda.
Em 2023, observamos retração nos gastos com P&D, declínio no volume de publicações científicas e redução dos investimentos de capital de risco para níveis registrados antes da pandemia”, afirmou o diretor-geral da OMPI, Daren Tang. “No entanto, o progresso tecnológico manteve-se forte em 2023, principalmente em áreas relacionadas à saúde, como a do sequenciamento do genoma, e nas de capacidade computacional e baterias elétricas. Observou-se também a ampliação da adoção de tecnologias, sobretudo o 5G, a robótica e os veículos elétricos. A edição deste ano do IGI também revela tendências positivas nos principais indicadores, com destaque para a redução na pobreza global e o crescimento da produtividade do trabalho e da expectativa de vida.
Daren Tang, diretor-geral da OMPI
Na classificação do IGI, que abrange mais de 130 economias, a China alcançou a 11ª posição e mantém-se como a única economia de renda média no grupo das 30 mais inovadoras.
No total, 19 economias apresentam resultados em inovação acima das expectativas para o seu nível de desenvolvimento, com Índia, República da Moldávia e Vietnã integrando esse seleto grupo de economias há 14 anos consecutivos.
Nos últimos anos, Arábia Saudita, Catar, Brasil, Indonésia, Maurício e Paquistão registraram os maiores avanços no IGI (por ordem de classificação). Indonésia, Paquistão e Uzbequistão continuam a apresentar desempenho acima das expectativas pelo terceiro ano seguido e, no caso do Brasil, pelo quarto ano consecutivo.
Na OMPI, observamos o aumento do interesse na inovação em todas as partes do mundo. Um número cada vez maior de países tem percebido a importância fundamental de destravar o potencial inovativo de sua população para promover o crescimento e o desenvolvimento e fazer frente a desafios locais e globais. Para os formuladores de políticas públicas, a missão é criar um ecossistema de inovação vibrante que permita que grandes ideias floresçam e gerem impactos reais.
Daren Tang, diretor-geral da OMPI
A edição deste ano do Índice Global de Inovação (IGI) destaca a importância cada vez maior do “empreendedorismo social”, que, embora constitua uma fonte crítica de inovação, costuma não receber a devida atenção por parte de formuladores de políticas públicas, economistas especializados em inovação, agências de desenvolvimento e instituições de financiamento.
Aliando práticas comerciais a objetivos sociais, o empreendedorismo social aborda alguns dos desafios sociais e ambientais mais prementes do mundo, como a geração de empregos, oferta de educação, melhoria da infraestrutura e desenvolvimento de soluções sustentáveis adaptadas a necessidades locais.
Para realizar todo o potencial do empreendedorismo social, no entanto, é necessário contar com um ecossistema favorável que inclua marcos regulatórios e jurídicos, mecanismos de financiamento e programas de capacitação para reconhecer e apoiar esses empreendedores.
O IGI 2024 reúne análises e orientações sobre políticas elaboradas pelos principais atores da área de empreendedorismo social, como o Centro Skoll para Empreendedorismo Social da Universidade de Oxford, a Fundação Schwab para Empreendedorismo Social e o movimento global Catalyst 2030, além de importantes empreendedores sociais e especialistas em inovação.
Essas entidades e indivíduos lançam luz sobre os vínculos pouco explorados entre a inovação e o empreendedorismo social, trazendo o empreendedorismo para o centro do diálogo internacional sobre a formulação de políticas de desenvolvimento e inovação e tornando-o uma área de interesse crescente para a cooperação transfronteiriça.
Os Estados Unidos mantêm-se na 3ª colocação. Em 2024, o país obtém a maior pontuação mundial em nove dos 78 indicadores de inovação do IGI, entre os quais o de investidores empresariais globais em P&D, valor dos unicórnios, intensidade de ativos intangíveis, qualidade das universidades, impacto das publicações científicas (índice H), gastos com software e receitas relativas à propriedade intelectual (PI).
O Canadá avança para a 14ª posição, alcançando seu melhor desempenho desde 2014. Além de liderar em capital de risco recebido e alianças estratégicas, o país também figura entre as dez economias mais bem classificadas nos indicadores de colaboração em P&D entre universidades e empresas, pesquisadores que trabalham no setor privado e pagamentos relativos à propriedade intelectual.
A Europa continua a concentrar o maior número de líderes em inovação entre as 25 economias mais bem classificadas – são 15 ao todo, sete das quais no grupo das 10 primeiras. Das 39 economias europeias incluídas no IGI, apenas nove subiram na classificação este ano (dez a menos do que no ano passado), a saber: Áustria (17ª posição), Irlanda (19ª), Luxemburgo (20ª), Espanha (28ª), República Tcheca (30ª), Polônia (40ª), Croácia (43ª), Sérvia (52ª) e Montenegro (65ª).
Entre as economias que vêm galgando posições, a Áustria se destaca em diversificação da indústria nacional, complexidade da produção e exportação, gastos com P&D e publicações resultantes da colaboração entre instituições públicas de pesquisa e empresas. Graças, em parte, à forte presença de multinacionais estrangeiras na área de TIC, a Irlanda é líder mundial em exportações de serviços de TIC e pagamentos relativos à propriedade intelectual, além de integrar o grupo das três economias com melhor desempenho em intensidade de ativos intangíveis. A Espanha vem exibindo bom desempenho em gastos com software, desenhos industriais e investidores empresariais globais em P&D.
A Sérvia se aproxima das 50 economias mais inovadoras com um desempenho sólido em diversificação da indústria nacional, exportações de serviços de TIC, artigos científicos e técnicos e exportações de serviços culturais e criativos.
Sete economias da região do Sudeste Asiático, Ásia Oriental e Oceania são líderes mundiais em inovação – uma a mais do que em 2023. São elas: Singapura (4ª), República da Coreia (6ª), China (11ª), Japão (13ª), Hong Kong (China) (18ª), Austrália (23ª) e Nova Zelândia (25ª), que avança duas posições.
Onze economias da região (das 17 incluídas) melhoram sua classificação este ano, com destaque para a Indonésia (54ª), que galgou o maior número de posições e ingressou no rol das 60 primeiras. O país apresenta um desempenho notável em colaboração em P&D entre universidades e empresas, estabilidade das políticas relativas à atividade empresarial e intensidade de ativos intangíveis.
As Filipinas avançam três posições e agora ocupam o 53º lugar. Este ano, o país também chegou à 3ª posição no grupo de renda média baixa, destacando-se especialmente em indicadores relacionados ao comércio internacional, como exportações de alta tecnologia (1ª colocação mundial), importações de alta tecnologia, exportações de produtos criativos e exportações de serviços de TIC. As Filipinas também lograram avanços, ainda que em patamares mais modestos, em ativos intangíveis, graças ao sólido valor global de suas marcas e à intensidade dos ativos intangíveis de suas empresas.
Tailândia (41ª) e Vietnã (44ª) continuam a avançar na classificação e se aproximar do grupo das 40 economias mais inovadoras. Malásia (33ª) e Mongólia (67ª) também melhoram a sua classificação.
Na região da Ásia Central e Meridional, a Índia (39ª) segue na liderança e avança uma posição. Em segundo lugar aparece a República Islâmica do Irã (64ª, perdendo duas posições) e, em terceiro, o Cazaquistão (78ª). O Uzbequistão (83ª) mantém-se na quarta colocação na região.
Líder do grupo de renda média baixa, a Índia mostra um desempenho em inovação acima do esperado pelo 14º ano consecutivo, constituindo novo recorde. O país registra seus melhores resultados em indicadores como exportações de serviços de TIC (1ª posição mundial), capital de risco recebido e intensidade de ativos intangíveis. Seus unicórnios também lhe garantem a 8ª posição mundial nesse indicador.
O Cazaquistão se sobressai em serviços governamentais online, modelos de utilidade, participação eletrônica e políticas e cultura de empreendedorismo.
Além da Índia e do Cazaquistão, três outras economias da região avançam na classificação: Sri Lanka (89ª), Quirguistão (99ª) e Tajiquistão (107ª). Pelo terceiro ano consecutivo, Paquistão (91ª) e Uzbequistão continuam a apresentar um desempenho em inovação acima do esperado para o seu nível de desenvolvimento. O Paquistão também se situa entre as economias que mostraram a ascensão mais significativa no IGI nos últimos cinco anos.
Em uma perspectiva de mais longo prazo, observa-se que todas as economias da região obtiveram progressos continuados ao longo da última década. Uzbequistão, República Islâmica do Irã, Paquistão e Índia foram os que realizaram, nessa ordem, os maiores avanços.
Israel (14ª), Chipre (27ª), Emirados Árabes Unidos (32ª) e Türkiye (37ª) são os líderes dessa região na classificação de inovação.
Embora tenha perdido uma posição este ano, Israel se destaca em vários dos principais indicadores de inovação, ocupando a primeira colocação mundial em gastos com P&D, capital de risco recebido, atividades de P&D desenvolvidas por empresas, exportações de serviços de TIC e valor dos unicórnios.
A Türkiye continua a fazer progressos, galgando dois postos no IGI deste ano. O país também assume a 3ª posição entre as economias de renda média alta e tem ótimo desempenho em várias áreas, assumindo o primeiro posto mundial em marcas e desenhos industriais e o nono em intensidade de ativos intangíveis – ganhando posições em todos esses indicadores em 2024.
A Arábia Saudita (47ª) e o Catar (49ª) avançam uma posição cada, consolidando-se na lista das 50 economias mais bem avaliadas. A Geórgia avança para a 57ª colocação, seguida pela Armênia (63ª) e pelo Marrocos (66ª).
O Marrocos ocupa a 1ª colocação mundial em desenhos industriais e figura no rol das 30 primeiras economias em gastos com educação, intensidade de ativos intangíveis, formação bruta de capital, produtos da indústria de transformação de alta tecnologia e marcas.
Na região da América Latina e Caribe, as três primeiras colocações permanecem inalteradas: o Brasil (50ª) se mantém na liderança, seguido por Chile (51ª) e México (56ª). Estes dois últimos países avançam na classificação, galgando, respectivamente, uma e duas posições.
O Chile apresenta excelentes resultados em matrículas no ensino superior, capitalização de mercado e entradas líquidas de investimentos estrangeiros diretos (IED). O México lidera em indicadores relacionados ao comércio internacional e alta tecnologia, incluindo exportações de produtos criativos, exportações de alta tecnologia, importações de alta tecnologia e produtos da indústria de transformação de alta tecnologia.
Outras sete economias da região também subiram na classificação: Colômbia (61ª), Paraguai (93ª), Uruguai (62ª), Costa Rica (70ª), Peru (75ª), Panamá (82ª) e Honduras (114ª).
A Colômbia ocupa a 18ª posição mundial em termos do valor de seus unicórnios, liderando ainda em pagamentos relativos à propriedade intelectual e importações de alta tecnologia.
Barbados retorna ao IGI 2024 na 77ª colocação, liderando mundialmente (1ª) em famílias de patentes e pedidos de patentes via Tratado de Cooperação em matéria de Patentes (PCT) e posicionando-se entre as 20 economias mais bem classificadas em patentes por origem e beneficiários de capital de risco. Este ano, Brasil e Jamaica (79ª) continuam a registrar resultados acima do esperado em relação ao seu nível de desenvolvimento.
Na África Subsaariana, o líder regional é Maurício (55ª), seguido pela África do Sul (69ª), Botsuana (87ª), Cabo Verde (90ª) e Senegal (92ª). Oito economias da região melhoram sua classificação no IGI, a saber: Cabo Verde, Senegal, Quênia (96ª), Zâmbia (116ª), Benin (119ª), Mauritânia (126ª) e Burundi (127ª).
Maurício ocupa a liderança mundial em capital de risco recebido (1ª) e a segunda posição em investidores de capital de risco. Cabo Verde detém a primeira posição em formação bruta de capital, enquanto a África do Sul mostra um bom desempenho em importações de serviços de TIC e valor global das marcas. Senegal se destaca em formação bruta de capital, valor dos unicórnios, empréstimos concedidos por instituições de microfinanças, entradas líquidas de IED e capital de risco recebido.
O Quênia, por sua vez, avança quatro posições e apresenta resultados positivos em beneficiários de capital de risco, modelos de utilidade e crescimento da produtividade do trabalho. Madagascar (110ª) exibe bom desempenho em desenhos industriais e marcas, registrando avanços nos dois indicadores em 2024.
Burundi, Madagascar, Ruanda (104ª), Senegal e África do Sul também figuram este ano entre as economias com desempenho acima do esperado em relação ao seu nível de desenvolvimento, com destaque para Ruanda, que integra esse grupo de expoentes em inovação pelo período mais longo: 12 anos. Ruanda lidera o grupo de baixa renda, seguido por Madagascar e Togo (117ª).
Os resultados dos 100 principais clusters mundiais de ciência e tecnologia (C&T) mostram que os cinco maiores clusters do mundo se concentram na Ásia Oriental. Tóquio-Yokohama (Japão) é o maior polo de C&T do mundo, enquanto o de Cambridge (Reino Unido) registra o nível mais intenso de atividade científica e tecnológica.
O Índice Global de Inovação (IGI) 2024, este ano em sua 17ª edição, é publicado pela OMPI em parceria com o Instituto Portulans.
Desde sua criação, em 2007, o IGI tornou-se uma referência na avaliação da inovação e um pilar na formulação de políticas econômicas, levando um número cada vez maior de governos a realizar análises sistemáticas de seus resultados anuais em matéria de inovação e elaborar políticas voltadas para melhorar seu desempenho no Índice. O Comitê Consultivo do IGI, a Rede de Associações Industriais do IGI (GIIIAN) e a Rede Acadêmica do IGI fornecem orientações importantes a esse respeito.
Publicado anualmente, o IGI oferece parâmetros de avaliação e classifica mais de 130 economias em relação a seus ecossistemas de inovação. O Índice é elaborado a partir de uma ampla e diversificada base de dados – reunindo 78 indicadores coletados junto a fontes públicas e privadas –, expandindo o horizonte das métricas tradicionais de inovação para refletir a ampliação da própria definição de inovação.
O IGI 2024 é calculado a partir da média de dois subíndices. O subíndice Insumos de inovação avalia os elementos da economia que viabilizam e facilitam o desenvolvimento de atividades inovadoras, agrupados em cinco pilares: (1) Instituições; (2) Capital humano e pesquisa; (3) Infraestrutura; (4) Sofisticação do mercado; e (5) Sofisticação empresarial (ver Estrutura). O subíndice Produtos de inovação capta os resultados efetivos das atividades inovadoras no interior da economia e se divide em dois pilares: (6) Produtos de conhecimento e tecnologia e (7) Produtos criativos.
Para cada país, é disponibilizado um resumo que registra o desempenho de sua economia em todos os indicadores. Os resumos – agora também disponíveis de forma interativa online por meio do mais novo Explorador de Dados e Ecossistemas de Inovação do IGI 2024 – destacam as virtudes e fragilidades relativas do país em matéria de inovação.
O Índice é objeto de uma auditoria estatística independente, realizada pelo Centro de Competência em Indicadores e Marcadores Compósitos (COIN) do Centro Comum de Pesquisa da Comissão Europeia.
A Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) é a agência das Nações Unidas dedicada a atender às necessidades dos inovadores e criadores do mundo, garantindo que suas ideias cheguem com segurança ao mercado e melhorem a vida das pessoas em todo o planeta.
Para isso, prestamos serviços que permitem que criadores, inovadores e empreendedores protejam e promovam sua propriedade intelectual (PI) internacionalmente e atuamos como um fórum para a discussão de questões de vanguarda em matéria de PI. Nossos dados e informações sobre propriedade intelectual orientam decisores do mundo inteiro, enquanto nossos projetos de impacto e nossa assistência técnica garantem que a propriedade intelectual beneficie a todos, em todos os lugares.
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