Nabrawind: a empresa espanhola investe constantemente em inovações para criar um futuro sustentável e verde

Apresentado pelo Instituto Espanhol de Marcas e Patentes

Em 2015, quatro sócios, Eneko Sanz, Ricardo Savio, Odilón Camargo e Iñaki Alti, fundaram a Nabrawind Technologies S.L., em Navarra, Espanha. O objetivo da empresa é projetar e desenvolver tecnologias eólicas, um setor no qual os sócios têm muita experiência.

A Nabrawind foi inicialmente uma empresa derivada da Evoluwind, criada com o objetivo de desenvolver uma nova e inovadora turbina eólica a sotavento que proporcionasse modularidade e ao mesmo tempo facilitasse o transporte e a montagem: O rotor dessa máquina fica virado para sotavento e a nacela gira na direção do vento.

Princípios intimamente ligados às patentes para a garantia do caráter distintivo

Já conscientes do valor de suas inovações, os sócios decidiram buscar a proteção adequada para seus empreendimentos, incorporando uma estratégia de propriedade industrial em seu plano de negócios. Seu primeiro pedido PCT (Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes) WO2015/150594 foi apresentado com vista a proteger um novo sistema e método de montagem de turbinas eólicas que não utilizam guindastes.

Como esses pedidos de patentes estendiam a proteção a outros países, a Nabrawind aproveitou essa oportunidade para gozar de maior proteção e obteve a sua primeira família de patentes:

• CN106662068A
• CN106662068B
• DK3130796T3
• EP3130796A1
• EP3130796A4
• EP330796B1
• ES2744638T3
• WO2015150594A1
• US2017114777A1
• US10119522B2

Graças aos investidores e sua expertise, os sócios perceberam que era necessário concentrar-se exclusivamente em duas tecnologias particularmente promissoras, em vez de terem em perspectiva um projeto excessivamente ambicioso, como o desenvolvimento completo de uma nova turbina eólica. O mercado eólico buscava soluções para dois problemas, entre outros: Como conectar pás modulares e como montar turbinas eólicas em altitudes mais elevadas.

Nessa fase, a constituição de uma equipe de profissionais com grande experiência no setor foi fundamental. Assim, a Nabrawind formou uma equipe de 13 engenheiros sêniores que desenvolveram duas tecnologias chamadas: Nabralift (auto-elevação de torres) e Nabrajoint (sistema modular de lâminas), ambas protegidas por patentes.

Com o projeto já em andamento, dois novos sócios se uniram à Nabrawind: um investidor privado e a empresa de capital de risco do Governo de Navarra, a Sodena. Os sócios fundadores cederam aos seus investidores as duas patentes PCT que protegem o sistema de lâminas modulares e as tecnologias de auto-elevação de torres.

Nabrajoint e Nabralift – “As joias da coroa”

O desenvolvimento dessas tecnologias começou em 2016 e terminou em 2018, com a fabricação de protótipos em escala real. A primeira torre metálica auto-erigida do mundo, com 160 metros de altura, foi erguida na cidade de Eslava, em Navarra. É hoje a torre mais alta da Espanha e a terceira mais alta do mundo, o que permite verificar as vantagens logísticas de não utilizar guindastes de grande porte durante a montagem. A primeira montagem de pás modulares foi realizada no mesmo ano e passou por minuciosos testes estruturais, em que seu potencial tecnológico foi demonstrado com sucesso.

Em 2019, a empresa aumentou sua atividade comercial e obteve os primeiros contratos para ambos os seus produtos: As primeiras torres auto-erigidas serão construídas na Namíbia e no Marrocos (este último quebrará o atual recorde do continente africano de 144 metros), ao passo que uma lâmina modular está sendo desenvolvida para um dos maiores Fabricantes de Equipamentos Originais (FEOs) do mundo.

O “Nabrajoint”, o sistema modular universal de lâminas, gerou mais patentes

O pedido PCT original apresentava um sistema com uma única junta aparafusada. Mas esses parafusos especiais têm de ser previamente fixados, sendo as soluções apresentadas na patente suscetíveis de aperfeiçoamento. Afinal, uma importante premissa na área da tecnologia é que “tudo pode ser aperfeiçoado”.

Assim, os engenheiros da empresa conceberam uma solução, fixando previamente cada um dos parafusos, através de um dispositivo em forma de cunha denominado e patenteado como XPACER.

Assim, os engenheiros da empresa conceberam uma solução, fixando previamente cada um dos parafusos, através de um dispositivo em forma de cunha denominado e patenteado como XPACER.

Finalmente, uma ferramenta que aperta os parafusos do XPACER foi concebida e posteriormente patenteada, porque também tinha algumas características interessantes.

A torre auto-erigida com altura ilimitada chamada “Nabralift”, que originou outras soluções de aperfeiçoamento

O registro original de pedido PCT referia-se a uma torre gradeada que se auto-erige por meio de sistemas hidráulicos que podem se erguer com uma nacela previamente instalada.

Enquanto se auto-ergue, segmentos de torre previamente montados sobem a partir da base da torre. Gruas de grande porte não são utilizadas, embora a torre possa facilmente ultrapassar 140 metros de altura. Todos os componentes também podem ser transportados em camiões convencionais.

Esta ideia original logo deu origem a outro modelo empresarial: Por que não aplicar essa solução às torres existentes? Assim, surgiu, a torre híbrida Nabralift, que monta toda a turbina eólica, inclusive o rotor, numa torre tubular convencional que se auto-ergue até a altura desejada. Isto levou ao registro de uma nova patente.

Esta adaptação possibilitou o desenvolvimento de novos conceitos que foram patenteados, como a peça de transição, um importante componente que liga a torre tubular à estrutura gradeada. É de importância fundamental, devido às cargas que pode suportar, tendo sua concepção resultado em duas soluções distintas, também patenteadas.

Além disso, o protótipo construído em Eslava foi utilizado para testar a vida útil da torre auto-elevadora Nabralift. Como o protótipo não tinha rotor ou nacela, foi colocada uma carga circular no topo da torre, que podia simular rapidamente as cargas que iria experimentar durante a sua vida útil. Devido à originalidade e à novidade do teste de validação, ela também foi protegida por ser sem dúvida alguma pioneira no plano mundial.

Finalmente, foram formuladas sugestões durante a montagem do protótipo da torre Nabralift de auto-elevação, com vista à utilização de um novo alicerce de construção alternativo mais eficiente. De uma maneira geral, os alicerces das torres altas são constituídos por amplas sapatas, dentro das quais são despejadas toneladas de concreto. O protótipo em Eslava ajudou, porém, a Nabralift a comprovar que, graças à sua torre híbrida de três colunas, ela possibilita a implementação de fundações de estacas que reduzem o uso de concreto em 80%, em comparação a fundações mais convencionais nesse setor.

Todos esses testes e implementações adicionais resultaram na atual carteira de dez patentes: quatro para o sistema modular de lâminas (Nabrajoint) e seis para o sistema de torres de auto-elevação (Nabralift) – que contribuíram para a sua expansão aos mercados identificados como sendo os mais promissores para os produtos Nabrawind. Os países nos quais a proteção foi ampliada são os EUA, a China, a Índia e o Brasil, além dos países europeus.

A propriedade industrial está no código genético da Nabrawind

LA importante relação entre a Nabrawind e a propriedade industrial tem sido muito clara e fundamental na sua trajetória. Atualmente, a empresa tem 26 pedidos de patentes, oito patentes concedidas e marcas registradas para NABRAWIND, NABRALIFT, NABRAJOINT e XPACER.

As patentes, juntamente com a validação dos produtos que protegem, são altamente valiosas para as licenças que estão sendo negociadas atualmente.

A estratégia da empresa não inclui apenas os registros das diversas formas de propriedade industrial: Os sócios e investidores também estão cientes de que a informação tecnológica que estão processando e desenvolvendo é um trunfo de alto valor. É por isso que monitoram constantemente os FEOs no mundo inteiro, observando os seus desenvolvimentos e as suas patentes. As informações externas são coletadas e analisadas regularmente e um boletim informativo interno é redigido e distribuído em toda a organização, a fim de manter todos bem informados. A adoção da vigilância tecnológica alimenta a inteligência competitiva e, por conseguinte, o planejamento estratégico.

A melhor maneira de compreender a experiência da empresa com a propriedade industrial é através do depoimento dos seus sócios. Em relação aos seus pedidos PCT, eles dizem o seguinte:

“Este tipo de proteção é extremamente útil para iniciar uma empresa, porque o relatório de buscas PCT é muito completo e oferece um panorama claro sobre a solidez da invenção. Ao mesmo tempo, garante exclusividade por um período de 30 meses, durante o qual é possível buscar financiamento e iniciar desenvolvimentos tecnológicos antes de estender a patente a países em que seja interessante instaurar proteção. Para esta segunda etapa, na qual uma empresa recém-fundada busca financiamento, é imprescindível uma boa estratégia de PI. Graças a isto, os investidores se sentem à vontade, sabendo que seu investimento é protegido. Assim, eles também ficam sabendo que, quando exercem a devida diligência e solicitam uma análise de Liberdade de Operação, não haverá surpresas e os pedidos de patentes não terão problemas com a busca da técnica anterior.”

Quando se deve solicitar uma patente?

“Durante o desenvolvimento de qualquer projeto, surgem problemas que precisam ser resolvidos constantemente e a descoberta de soluções pode envolver apenas uma patente que requer proteção. Isto suscita uma questão importante: Quando se deve solicitar uma patente? A experiência ensina-nos que quanto mais cedo o pedido for apresentado, tanto melhor será. Além disso, deve-se levar em consideração que a proteção de patentes é um processo constante que não pode ser interrompido ou negligenciado. O desenvolvimento das tecnologias da Nabrawind é um exemplo dessa lógica.”