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BioTech revoluciona a agricultura com soluções sustentáveis de controle biológico na Costa Rica

Embora ocupe uma superfície mínima da Terra, a Costa Rica abriga quase 6,5% do total estimado de espécies presentes no planeta. A BioTech, empresa de biotecnologia cofundada por Lizzy Retana Villalobos, vem desenvolvendo alternativas naturais e mais sustentáveis aos pesticidas químicos. A empresa oferece serviços inovadores que protegem o delicado equilíbrio ecológico do solo e favorecem a sustentabilidade agrícola. A BioTech vem favorecendo ativamente a conservação e o desenvolvimento sustentável da extraordinária biodiversidade costarriquenha.

Gilberto Masís Solano e Lizzy Retana Villalobos, cofundadores da BioTech S.A., assumiram a missão de combater as pragas e doenças das culturas agrícolas e, ao mesmo tempo, restaurar o equilíbrio natural do solo a fim de promover uma agricultura orgânica e sustentável na Costa Rica. (Foto: Cortesia da BioTech)

Com uma superfície de apenas 51.100 km², a Costa Rica é um dos 20 países com maior biodiversidade do planeta. Seu território abriga mais de 500 mil espécies, das quais pouco mais de 300 mil são insetos. O compromisso do país com a preservação dos ecossistemas naturais é respaldado por um arcabouço jurídico robusto e um grande número de áreas protegidas. Isso significa que os agricultores locais precisam encontrar maneiras ecológicas de manter a produtividade e melhorar os rendimentos. Esse contexto criou espaço para empresas de biotecnologia, como a BioTech, desenvolverem soluções agrícolas que tenham o menor impacto negativo possível sobre a abundante biodiversidade do país.

Fundada em 2007, a BioTech tem como foco o controle de doenças de plantas cultivadas e a garantia da produção sustentável de alimentos. “Costumo dizer que, na BioTech, somos médicos de plantas”, conta Retana Villalobos, cofundadora da empresa. “Em vez de erradicar os microrganismos nocivos do solo, nosso objetivo é tornar as plantas capazes de combater esses patógenos, preservando assim a saúde da terra", explica.

A BioTech utiliza o poder das ferramentas naturais para combater pragas e doenças associadas a diversas culturas, como as de abacaxi, banana, café, palma, arroz, melão, plantas ornamentais e flores. “Desenvolvemos produtos à base de microrganismos, porque o metabolismo das plantas melhora com o auxílio de fungos ou bactérias, em vez de unicamente com fertilizantes químicos. Deste modo, ajudamos a restabelecer o equilíbrio natural do solo”, explica Retana Villalobos. “Os produtos da BioTech podem ajudar a reduzir a carga química no solo, aumentando assim a resiliência e a saúde da terra. Atualmente, trabalhamos com soluções que visam a reduzir o uso de fertilizantes em até 50% num futuro próximo.”

Fungos para o avanço da agricultura sustentável

Um dos produtos da BioTech contém altas concentrações de Trichoderma spp., fungo utilizado para combater doenças transmitidas pelo solo, reduzir a poluição agroquímica e aumentar a resiliência e o crescimento das plantas. “Quando o Trichoderma spp. chega ao solo e encontra fungos patogênicos, ele entra em competição por espaço e impede o crescimento desses fungos. O Trichoderma spp. também pode parasitar outros fungos por meio do micoparasitismo, liberando metabólitos que ativam as defesas e o sistema imunológico da planta”, explica Retana Villalobos. “Nas plantações de abacaxi, a presença do Trichoderma spp. resulta em um aumento de 10% a 12% de rendimento da safra, contribuindo para o controle de doenças e o desenvolvimento da cultura.”

“Desenvolvemos produtos à base de microrganismos,
porque o metabolismo das plantas melhora com o
auxílio de fungos ou bactérias, em vez de unicamente
com fertilizantes químicos”, explica Retana Villalobos.
(Foto: Cortesia da BioTech)

A empresa também prioriza o bem-estar dos polinizadores, como as abelhas. “Asseguramos que nossos produtos não causem danos aos insetos polinizadores, que desempenham um papel fundamental em 70% a 80% da produção mundial de alimentos. É muito importante que os produtos que usamos no campo não ameacem essas criaturas essenciais”, diz ela.

A BioTech também oferece aos produtores agrícolas testes e análises especializados para que eles possam entender melhor os problemas que afetam suas plantações. “Por estar situada em uma região tropical, a Costa Rica ostenta uma grande variedade de bactérias e fungos, o que torna qualquer produto desenvolvido aqui adequado para aplicação em qualquer outra região. É por isso que realizamos serviços de pesquisa e desenvolvimento para terceiros, que compreendem desde diagnósticos de plantas e testes laboratoriais até o controle de pragas em culturas e o desenvolvimento de produtos para a proteção dessas culturas”, explica Retana Villalobos.

A empresa planeja expandir suas operações para o mercado externo nos próximos cinco anos. “Temos a intenção de exportar nossos produtos para outros países da América Central, para o Caribe e para o México. A longo prazo, também temos a ambição de entrar nos mercados europeu e americano”, diz Retana Villalobos, destacando sua abertura para estabelecer alianças com parceiros em todo o mundo.

Incentivo ao empreendedorismo agrícola

Lizzy Retana Villalobos iniciou sua trajetória empresarial ainda na faculdade. “Desde o primeiro dia de aula, nossos professores nos incentivaram a ser empreendedores e abrir nossos próprios negócios”, lembra. Três anos depois de formada, Retana Villalobos se aliou a dois colegas – um agrônomo e o outro biólogo – para criar a BioTech. “Costumamos brincar que este foi meu primeiro casamento”.

Embora já tenha completado 16 anos de atividade, não foi fácil fazer a empresa decolar. Obter o financiamento e promover a educação ambiental no setor agrícola se revelaram tarefas particularmente difíceis.

“O acesso ao financiamento foi um dos principais obstáculos. Conseguimos financiar a pesquisa aos poucos, usando nosso próprio capital. O crescimento se deve a nossos próprios recursos e alguns empréstimos bancários para a compra de terrenos onde realizamos testes e experimentos com nossos produtos”, explica Retana Villalobos, acrescentando que a empresa foi fundada na Incubadora de Empresas do Instituto de Tecnologia da Costa Rica (TEC).

A conscientização do setor agrícola sobre os benefícios da incorporação de novas tecnologias a seu Manejo Integrado de Pragas (MIP) não foi fácil, pois envolveu uma mudança da mentalidade dos agricultores. “Nós somos de uma época em que as pessoas usavam pesticidas químicos sem hesitar, matando os insetos e microrganismos presentes na terra, mas essa prática pode tornar o solo estéril”, explica Retana Villalobos. "Mudar essa mentalidade para que os agricultores adotem práticas mais sustentáveis e ecológicas leva tempo e continua sendo um dos nossos principais desafios”, acrescenta. Diante disso, a autoconfiança e a segurança da empresária em relação a suas metas comerciais foram fundamentais para o sucesso da empresa. “Os empreendedores precisam acreditar em si mesmos. Com convicção, fica mais fácil imaginar e realizar nossos sonhos”, observa.


Nós somos de uma época em que as pessoas usavam pesticidas químicos sem hesitar, matando insetos e microrganismos presentes na terra, mas essa prática pode tornar o solo estéril. Mudar essa mentalidade para que os agricultores adotem práticas mais sustentáveis e ecológicas leva tempo e continua sendo um dos nossos principais desafios.

Lizzy Retana Villalobos
A engenheira biotecnológica Lizzy Retana Villalobos é cofundadora da BioTech S.A. e comanda a equipe de P&D, cujo foco é a promoção da produção sustentável de alimentos e a melhoria das práticas de gestão de culturas no setor agrícola. (Foto: Cortesia da BioTech)

Proteção dos investimentos em biotecnologia usando a PI

Os direitos de propriedade intelectual (PI) são fundamentais para o modelo de negócios e o sucesso da BioTech. “A única maneira de proteger os investimentos em biotecnologia é manter o patrimônio de PI na empresa", explica Retana Villalobos.

“Nossa PI é um ativo fundamental. Para conservar nossa expertise e proteger nossa propriedade intelectual, estamos implementando um sistema que protege nossas informações confidenciais e nosso know-how e permitirá obter uma patente que garantirá a proteção de nossas formulações finalizadas. Ao longo dos anos, também registramos sistematicamente as marcas à medida que nossa linha de produtos se expandiu. Assim, conseguimos fazer com que a imagem de nossa empresa fosse mais amplamente conhecida. A proteção agrega valor a nossos produtos”, explica Retana Villalobos.

"A proteção de nossas inovações e de nossos produtos proporcionada pelos direitos de PI permite fortalecer nossa posição no mercado e permanecer competitivos", observa Retana Villalobos. “Quando iniciarmos nossa expansão para novos mercados, para além da Costa Rica, a estratégia de PI desempenhará um papel ainda mais importante para favorecer o sucesso da BioTech.”


Este artigo mostra o efeito transformador de uma inovação respaldada pela PI para a realização dos seguintes Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: